O ano começou já há um tempinho, mas sabe como é brasileiro, a gente só sente que o ano começou depois do carnaval. Embora eu não goste do carnaval em si, também me sinto assim, o ano só vai começar realmente depois daquele imenso feriado.
Mas já é hora de você (e eu) pensar no quer para esse ano:
Quer chegar ao final do ano com aquele corpão sonhado? quer dar um jeito no cabelo? quer fazer aquela plástica tão adiada? quer abrir aquele negócio que vem planejando há anos? Começar a fazer pilates?
Outro dia estava na sala de espera de uma clínica de dermatologia, e pude notar que as mulheres que estavam lá - a espera da avaliação da médica para sanar seus problemas de beleza - estavam tristes.
Uma tinha uns 60 anos, queria melhorar o rosto, mas não sabia como. Era viúva, queria um novo companheiro mas "minha filha já me disse que nem pensar, que o pai dela foi muito querido para ser substituído". (filha pavorosa!)
Outra tinha uns 40 e queria tirar as manchas senis do colo e das mãos. Tinha se casado cedo, e se separado há alguns meses. Disse que queria um novo alguém mas que não sabia como encontrar já que não saía de casa.
A terceira era a pior de todas: tinha uns 39 (aparência de 49), recém separada. Energia em baixa, depressiva, olhar murcho, reclamona: reclamou da água que não estava gelada, da demora, do estacionamento que era longe. Queria dar um jeito em tudo: bunda, barriga, rosto, nem sabia por onde começar. Queria que a médica fizesse um novo corpo. Talvez lá dentro quisesse uma nova alma também.
Mas o que igualava as três era uma aura de tristeza, como se estivessem obrigadas a fazer algo por si, como se ficar bonita fosse algo desanimador.
Não estavm felizes por estarem cuidando de si, estavam infelizes, pelo menos era o que deixavam escapar com suspiros, reclamações, conversas intranquilas sobre os ex-maridos.
O que as três tinham em comum? Relacionamentos desfeitos.
Mulheres dependem tanto de relacionamentos não é? Chego a ter inveja dos homens no que diz respeito a independência emocional. Eles são ótimos nisso, e nós, péééssimas.
Sonhamos com uma plástica a vida inteira e só resolvemos fazer quando tomamos um pé na bunda. Aí chegamos no consultório com essas caras de coitadas, querendo que uma funilaria completa nos traga a alegria perdida. Mas não traz. Nada que venha de fora trará, infelizmente.
A ida ao consultório não poderia ser somente quando não nos resta mais nada, deveria ser por alegria, por amor próprio, por vaidade, por cuidado alegre com a aparência.
Por isso, começo de ano, hora de pôr a mão na massa com alegria, entusiasmo, coragem e auto estima.
16 fevereiro 2011
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Olha,que me desculpa mas mulher alguma é depende de relacionamento.Além ninguém é dependente de ninguém,se essas mulheres estão desgostosas de si é culpa dessa maldita sociedade machista que ensina as mulheres a serem brinquedos para os homens.Graças a URI minha mãe não é uma dessas e eu pude receber uma educação que me permite dizer com todas as palavras,MELHOR SÓ DO QUE MUITO MAL ACOMPANHADA.
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